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OSUFPB encerra temporada de 2019 em grande estilo
A OSUFPB – Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Paraíba encerra sua temporada de 2019 com um grande concerto que celebra sua extensa e conceitual atuação no ano. No repertório o “Réquiem contestado”, do compositor paraibano Eli-Eri Moura e texto de W. J. Solha, encerrando com “Fantasia Coral para Piano, Coral e Orquestra”, de L. V. Beethoven. O concerto acontece nesta sexta-feira, 13 de dezembro, às 20h, na Sala de Concertos Radegundis Feitosa, no Campus I da UFPB. A entrada é gratuita e aberta para todas as idades. Recomenda-se, entretanto, que se chegue com pelo menos meia hora de antecedência, pois será respeitada rigorosamente a lotação da sala, que é de 300 pessoas.
Este concerto foi criteriosamente pensado para adensar o conceito da Orquestra e também da sala que a sedia, a Radegundis Feitosa. Também é um evento de agradecimento ao público que compareceu fielmente aos concertos realizados durante todo o ano. Para isso, o programa contemplará o “Réquiem Constestado”, de Eli-Eri Moura (Campina Grande/PB – 1963), com texto de Waldemar Solha (Sorocaba/SP, 1941), e a “Fantasia Coral para Piano, Coral e Orquestra”, de Ludwig Van Beethoven (1770-1827). Para atender à robustez e à grandeza do concerto, participarão o Côro de Câmara de Campina Grande, além de sete solistas e um narrador. A regência é do maestro Vladimir Silva.
Há muito que celebrar quando se trata dessa Orquestra, que é mantida por uma universidade pública e gratuita, sobretudo num momento em que a educação superior pública brasileira vem sofrendo ataques que ferem a grandeza de sua imagem e função histórica. Ao todo, em 2019, a OSUFPB realizou vinte e um concertos oficiais, contemplando compositores brasileiros, locais e da história da música universal, dois concertos especiais, além de se manter como um importante equipamento que deságua a produção musical dos departamentos de música da UFPB. Com o propósito pedagógico de formação de plateia, a OSUFPB também realizou quatro concertos didáticos para escolas do ensino fundamental, tanto da esfera pública como privada, envolvendo, ao todo, cerca de quatrocentos alunos.
O Réquiem Constestado
O Réquiem Contestado é uma obra composta em parceria pelo compositor Eli-Eri Moura e o escritor, ator e dramaturgo e artista plástico Waldemar Solha, lançada no ano de 1993 e gravada em 1995. Com esta obra, Eli-Eri homenageia seu sobrinho Franklin Albuquerque de Moura, falecido precocemente, com quem tinha estreita ligação. Como conteúdo textual, o escritor W. J. Solha seguiu a estrutura litúrgica tradicional do réquiem, acrescentando na peça, entretanto, um solista que funciona como advogado de defesa da humanidade nesse tribunal excessivamente duro. Com isso, o autor, subvertendo propositadamente boa parte da estrutura tradicional dessa missa fúnebre, faz adições ao texto latino original, retirando a perspectiva infeliz do Réquiem e apresentando um novo enfoque ao tema, já tão usado por compositores eruditos.
Vladimir Silva (regente)
Vladimir Silva, tenor e regente, é doutor em Música (Regência/Canto) pela Louisiana State University (EUA). Como regente, solista, conferencista e professor convidado já atuou na Alemanha, Argentina, Áustria, Espanha, Estados Unidos, França, Itália e Portugal. Como compositor, tem peças publicadas pela FUNARTE e Gentry Publications/Hal Leonard (EUA). Além das suas obras, estreou peças de Eli-Eri Moura, Liduino Pitombeira, Reginaldo Carvalho, Beetholven Cunha e Danilo Guanais. Seus artigos estão publicados no Choral Journal, Per Musi, Musica Hodie, ICTUS, Opus e European Review of Artistic Sutdies. Foi membro do Conselho de Cultura da Paraíba (2011-2013). Atualmente, é professor nos cursos de graduação e pós-graduação em Música da Universidade Federal de Campina Grande e da Universidade Federal da Paraíba, regente do Coro de Câmara de Campina Grande e Diretor Artístico do Festival Internacional de Música de Campina Grande e do EuroFIMUS.
Eli-Eri Moura
Eli-Eri Moura (Campina Grande – PB, 1963) estudou composição com José Alberto Kaplan e Mário Ficarelli, no Brasil, e com Brian Cherney, Alcides Lanza e John Rea, na McGill University, Canadá, onde obteve seus títulos de Mestre e de Doutor em Música. Sua obra abrange música de concerto e música incidental, tendo recebido por ela diversos prêmios, a exemplo da Max Stern Fellowship in Music (Canadá), Composição FUNARTE – 2008, 2012, 2014, 2016, Concurso Nacional de Composição Altino Pimenta para Clarineta Solo, Melhor Música – 10º Vitória Cine Vídeo, dentre outros. Participou de diversos festivais, incluindo várias edições da Bienal de Música Brasileira Contemporânea, o Ano Brasil em Portugal, Europalia International Arts Festival, ClarinetFest (Bélgica) e o World Music Days (ISCM). Sua “Ópera do Mambembe Encantado” (com libreto de Tarcísio Pereira) abriu a 1ª Bienal de Ópera Atual – BOA, em 2016, como parte da programação cultural do MinC junto aos jogos olímpicos e paraolímpicos do Rio de Janeiro. Lançou quatro CDs autorais e escreveu para vários periódicos, incluindo o “Contemporary Music Review” (Inglaterra). Leciona nos Programas de Graduação e Pós-Graduação da UFPB, onde fundou o COMPOMUS (Laboratório de Composição Musical) e liderou a implantação da área de composição.
W. J. Solha
Solha tem vários romances e poemas longos que são premiados nacionalmente. Fez muitas parcerias com o maestro Eli-Eri Moura, tanto em trilhas sonoras de peças teatrais, como na ópera armorial Dulcineia e Trancoso - montada pelo Virtuosi, no Recife, e pela UNIRIO - mas se orgulha, principalmente, por este RÉQUIEM CONTESTADO. Solha afirma que compor essa obra com Eli-Eri o fez sentir-se “como se tivesse trabalhado com Mozart num momento particular, em que não bastasse uma oração pelo muito querido parente morto, do compositor, mas uma contestação do que seria seu julgamento segundo a fé”.
A OSUFPB
A OSUFPB é um equipamento cultural da UFPB pertencente ao Centro de Comunicação, Turismo e Artes e ligado aos Departamentos de Música e Educação Musical da instituição. Nasceu em 06 de abril de 2013 com finalidades pedagógicas que envolvem professores e alunos da UFPB e desde então vem contribuindo para a formação de plateia para o público pessoense. Atualmente conta vinte e dois músicos fixos e com a participação eventual de professores e alunos dos cursos de música da UFPB, além de colaboradores voluntários da cena sinfônica paraibana.