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Professora do CCTA defende Tese de Doutorado sobre o lugar discursivo do ensino de fotografia nos cursos de Jornalismo do Brasil
Uma pesquisa inédita que revela o lugar que o fotojornalismo ocupa no ensino de Jornalismo nos cursos do Brasil, bem como a sua compreensão enquanto linguagem jornalística e o papel ocupado pelos professores de fotografia foi desenvolvida pela professora do curso de Cinema e Audiovisual, do Departamento de Comunicação da UFPB, Agda Aquino. A defesa ocorreu na tarde desta quinta-feira (25), de maneira remota.
O estudo ‘ Uma arqueologia do discurso sobre o ensino de fotografia na formação superior em jornalismo no Brasil: o status marginal do fotojornalismo’ abrange uma pesquisa documental de legislações e documentos pedagógicos que datam de 1908 a 2018.
De acordo com a pesquisadora, o ponto de partida da análise foram as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Jornalismo, publicadas em 2013. Segundo ela, constatação da ausência da fotografia nesse documento levou à hipótese da marginalização da fotografia no discurso sobre o ensino de jornalismo nos cursos de graduação do país e à pergunta central: que formações discursivas conferem o status marginal à fotografia nos cursos superiores de jornalismo no Brasil?
O trabalho identificou, na dispersão das fontes, uma regularidade que aponta para séries enunciativas que compreendem, principalmente: o jornalista enquanto um intelectual do texto; a fotografia como uma atividade puramente técnica e não intelectual; uma formação voltada para o mercado e retroalimentada por ela; a fotografia como conteúdo necessário à formação, porém compreendido como algo sobre o qual o jornalista deve saber sobre e não necessariamente saber fazer; e um curso que não objetiva formar fotojornalistas, sendo a tarefa do registro fotojornalístico uma atribuição de outro profissional, o fotógrafo. A partir disso, Agda Aquino confirmou a tese de que a natureza técnica da fotografia estabelece uma relação pedagógica diferenciada que situa o discurso sobre seu ensino em um status marginal na formação superior em Jornalismo no país. “Como professora de fotografia em cursos superiores de comunicação há mais de uma década, esse tema sempre esteve presente na minha trajetória. Passar os últimos quatro anos estudando o assunto de maneira aprofundada e com respaldo de uma área consagrada como a Educação foi uma honra e um grande aprendizado, que me trazem de volta à sala de aula muito mais preparada”, ressaltou a professora.
A pesquisa, orientada pelo Professor Doutor Erenildo João Carlos, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), da UFPB, foi aprovada com distinção e com indicação para publicação.
A banca de Defesa foi composta, além do professor Erenildo, pelas docentes Profª. Drª. Emília Maria da Trindade Prestes (PPGE/UFPB); pela Profª. Drª. Evelyn Fernandes Azevedo Faheina (CCAE/UFPB); pela Profª. Drª. Dulcília Helena Schroeder Buitoni (ECA/USP); e pela Profª. Drª. Maria Elisabete Antonioli (ESPM).
Minicurrículo
Agda Aquino, professora de fotografia há 13 anos, é docente, além da UFPB, também no departamento de Comunicação Social da UEPB (no curso de Jornalismo).
Graduada em Jornalismo pela UFPB, com especialização em Redação Jornalística pela UnP e mestrado em Comunicação e Estudos da Mídia, pela UFRN, tem formação em Design de moda e coordena uma revista de jornalismo de moda, com ênfase em ensaios fotográficos, chamada Xique Xique, fruto de projeto de extensão vinculado à UEPB.
Além da docência de fotografia, tem experiência na fotografia documental, de moda, experimental, organização de exposições, curadorias, juris e comissões julgadoras de concursos fotográficos.
Na área de comunicação trabalhou por mais de dez anos com telejornalismo, assessorias de imprensa, jornal impresso, portais de notícias e produção publicitária para TV.
Foi a primeira mulher a assumir oficialmente, através de concursos públicos, os conteúdos de fotografia nos Departamentos de Comunicação, tanto da UFPB (ainda como substituta em 2010, se tornando efetiva em 2014) quanto na UEPB (em 2012), que possui o curso de Jornalismo mais antigo do Estado.
A professora ainda é Diretora Regional do Nordeste da Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (ABEJ), principal entidade dos professores e do ensino de Jornalismo no país.