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Professoras do CCTA coordenam na Paraíba ações do Plano Nacional de Qualificação no Turismo
Uma das atividades econômicas mais afetadas pela pandemia de Covid-19, em todo o mundo, foi, sem dúvida, o turismo. E é na perspectiva de discutir e implementar políticas públicas que busquem alternativas para manter empregos e ampliar o acesso à cadeia produtiva do turismo no Brasil, de maneira segura, que a Universidade de Brasília (UnB) em parceria com o Ministério do Turismo (MTur) vem desenvolvendo em todo no país o Plano Nacional de Qualificação no Turismo (PNQT), que hoje se encontra em uma segunda fase.
Assim, para executar o programa e planos estabelecidos pela Política Nacional de Qualificação, a UnB reestabeleceu e ampliou a Rede Nacional de Pesquisadores de Base Territorial. Isso se deu a partir de um recorte para os que trabalham com as rotas turísticas definidas pelo Investe Turismo, programa do MTur, que tem o objetivo de promover a convergência de ações e investimentos para acelerar o desenvolvimento, gerar empregos e aumentar a qualidade e competitividade de 30 Rotas Turísticas Estratégicas do Brasil.
Todo esse trabalho até então contou com a participação de 24 instituições federais de ensino superior e 93 pesquisadores, entre professores, doutorandos, mestrandos e graduandos do Brasil.
Para dar continuidade às ações do PNQT, com a qualificação de jovens e adultos por realidade territorial no setor do turismo, estão previstos cursos do Programa, na Paraíba, a partir desta sexta-feira (16), sob a coordenação da Professora do Departamento de Turismo e Hotelaria da UFPB, Rosalma Diniz Araújo, Doutora em Turismo na área de desenvolvimento e gestão, juntamente com os coordenadores Adjuntos, André Gustavo da Silva, Doutorando e Professor de Administração do IFCE; e da turismóloga e Doutora em Geografia, Fabiane Nagabe, também professora do Curso de Turismo da UFPB.
O curso, intitulado Dragões Sonhadores: fomentando o turismo sustentável nas comunidades tradicionais por meio de projetos participativos, será realizado de maneira virtual para as seguintes comunidades: Quilombo Mituaçu (Conde); Assentamento Tambaba (Conde); Aldeia Tabajara (Conde); Colônia de Pescadores (Cabedelo); Porto do Capim (João Pessoa); Quilombo Caiana dos Crioulos (Alagoa Grande); Assentamento Nova Margarida (Alagoa Grande); Quilombo Mundo Novo (Areia); Comunidade Chã de Jardim (Areia); e a Escola Viva Olho do Tempo (EVOT), que é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
A inscrição não é aberta ao público por se tratar de este ser um curso piloto para a abertura do Programa na Paraíba, sendo direcionado para determinadas comunidades, escolhidas de acordo com a metodologia ‘Dragon Dreaming’ aplicada ao projeto que objetiva desenhar e realizar projetos criativos, colaborativos e sustentáveis com alto engajamento dos participantes.
Inicialmente, o Investe Turismo apresentava João Pessoa, Cabedelo e Conde (recorte Litoral), como cidades a serem trabalhadas pelo Programa no estado. No entanto, os coordenadores da pesquisa na Paraíba decidiram acrescentar a este recorte a região do Brejo Paraibano, trazendo para o projeto os municípios de Areia e Alagoa Grande, pelo potencial que vêm demonstrando em relação ao fomento e pelas instâncias turísticas que vêm se desenvolvendo nessas localidades. A Professora Rosalma salienta que o interior da Paraíba tem riquezas paisagísticas e culturais em suas diversas regiões, do Cariri ao Sertão, mas que, neste primeiro momento, teve que ser feito uma escolha e o critério escolhido foi a existência de comunidades tradicionais com potencial turístico nessas áreas.
Assim, foram feitos estudos de demanda e oferta de qualificação, envolvendo entrevistas on-line, pesquisas com grupos focais com atores do turismo paraibano e visitas às comunidades tradicionais, para posterior diagnóstico e proposição do “produto” do Programa: um curso de qualificação voltado às comunidades tradicionais das localidades pertencentes ao recorte territorial. Para que tal curso remoto fosse modelado seguindo os preceitos da metodologia construtivista, que preza pela construção participativa, foi constituída uma Rede, denominada “Rede Rota Turismo de Inclusão”. A partir disso, vários atores do sistema produtivo do turismo foram convidados a compor, baseados no interesse pelo propósito inicial da Rede que é o de agregar ao já existente do turismo de “sol e mar”, uma oferta que possa viabilizar e visibilizar o potencial da cultura paraibana representada pelas comunidades tradicionais (ricas em paisagem, gastronomia, dança, histórias, tradições, etc.), fortalecendo o sistema produtivo local e gerando renda para comunidades rurais, ribeirinhas, quilombolas e indígenas, por meio do turismo.
Para melhor compreender as comunidades em suas histórias, necessidades e anseios, foram feitas entrevistas nessas localidades, respeitando todos os protocolos de segurança em virtude da pandemia.
O chefe de Departamento do Curso de Turismo e Hotelaria da UFPB, Professor Esdras Matheus, e a vice-chefe, Professora Ilana Kiyotani, incentivadores da Pesquisa, ressaltam a importância da expertise do Curso de Turismo à frente do Projeto junto ao Instituto Federal, destacando ainda que a aproximação da academia com instituições ligadas ao desenvolvimento sustentável do turismo promovidas pelo Projeto traduz as preocupações e filosofia do Curso.
Reportagem: Débora Freire