Você está aqui: Página Inicial > Contents > Notícias > Produções com indígenas da Paraíba têm apoio de alunos de jornalismo
conteúdo

Notícias

Produções com indígenas da Paraíba têm apoio de alunos de jornalismo

O DEJOR falou com Caio Bontempo e Carol Borges, dois dos estudantes que participaram dessas produções
publicado: 27/10/2023 11h48, última modificação: 27/10/2023 13h12
Exibir carrossel de imagens Foto tirada por Maria Oliveira

Foto tirada por Maria Oliveira

Sete estudantes de jornalismo estão trabalhando com produções conjuntas com povos indígenas da Paraíba. Três projetos da UFPB estão envolvidos, o “Criação e Manutenção de Sites com os Povos Tradicionais da Paraíba: Tabajaras e Cariris”, o “Cinema nas aldeias” além de também ter parceria com o “Espaço Experimental”, um projeto de extensão do curso de jornalismo, e a partir dessa união, foi criado o “Casa Awa”, coordenado pelo professor Jorge Gomes e, para saber mais sobre essa realização, o DEJOR conversou com Caio Bontempo e Carol Borges, dois participantes ativos dessa iniciativa, segue a entrevista:

 

DEJOR: Quantos e quais foram os alunos de jornalismo que participaram do projeto e quais foram as funções atribuídas a vocês?

CAIO: Foram sete alunos de jornalismo no projeto, eu, Luiz Filho, Carol Borges, Débora Luz, Maria Oliveira e os gêmeos Davi e Gabriel Albuquerque. As funções dependem de cada produção, dependem da orientação dos professores. Enquanto jornalista, a gente entende que seria interessante que cada um pudesse estar fazendo várias funções. No geral, a gente produziu um podcast, uma produção audiovisual que resultou em dois documentários com os povos originários Tabajara, e nós mesmos definimos as funções dessa produção de acordo com as habilidades de cada um e dependendo do que for ser feito cada um assume uma função.

DEJOR: De quem foi a iniciativa do projeto e como ele chegou até vocês?

CAROL: Esse projeto já existia e aí a gente acabou sabendo por Jorge que é o nosso orientador, ele é de administração mas a gente encontrou ele na feirinha agroecológica da UFPB e ele estava chamando as pessoas para entrar no projeto, ele nem sabia que a gente era de jornalismo mas conheceu a gente e acolheu todo mundo no projeto.

DEJOR: Qual o maior impacto que o projeto está causando em você, a nível profissional e pessoal?

CAIO: Cara, eu acho que o impacto é a percepção de que a gente está realizando um trabalho que não é para a gente, mas como uma prestação de contas aos povos originários, aos Tabajara que sofreram um processo de etnocídio e até 2006 eles eram considerados extintos, então muita gente não sabia da existência dos Tabajara e eles estão passando por um processo de retomada, que é o chamado de etnogênese. Por isso que a nossa produção, o nosso projeto e o que a gente vem fazendo nas aldeias, essa visibilidade que a gente vem fazendo, esses meios que a gente vem criando para mostrar que eles estão ali é importante. Porque depois das nossas reuniões, depois de conhecer o pessoal, os Tabajara, conversar com eles, a gente percebeu que essa visibilidade da aldeia, do que acontece na aldeia, é algo que eles estavam procurando, é algo que eles precisam; isso foram palavras deles, palavras do Cacique Ednaldo, palavras do sobrinho do Cacique. Então eles deixaram claro que a gente está ajudando, eu acho que isso é mais importante, primeiro é pensar nisso para depois pensar no pessoal. E no pessoal, a experiência de estar entrando em contato com a etnia indígena, Tabajara, a experiência de estar fazendo uma produção de documentário, de podcast, de site, igual a Carol comentou, o Casa Awa, ela é multiplataforma, então a gente vai ter vários produtos de vários tipos, não só com os indígenas, a ideia é que seja expandido para outros povos, mas isso é para o futuro.

DEJOR: Vocês têm mais ideias de colaborações ou produções com os povos originários no futuro?

CAROL: A gente criou um certo vínculo com a galera da etnia Tabajara e a gente percebe que tem muito ainda para fazer, eles têm muito conteúdo ainda para passar para a gente e a gente tem muito a aprender com eles. Então, acho que sim, a gente ainda tem muito a colaborar com eles e fazer mais projetos. E também tem outros povos que a gente ainda está para conhecer, porque nesse projeto estamos indo visitar as aldeias e aprendendo com isso, então a gente tem várias aldeias ainda para conhecer e a gente tem essa vontade de colaborar, de estar ajudando, então esse projeto ainda tem muito a crescer, eu acredito.

 

Para acessar o perfil do Instagram do Casa Awa, clique aqui.