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Primeira estudante de Música do CCTA com habilitação em Eufônio realiza hoje (5) Recital de Conclusão do Curso

Amanda Camilo, primeira estudante a ingressar no curso de Bacharelado em Música e se especializar em eufônio (tipo de instrumento de sopro), pelo Departamento de Música (DEMUS), do CCTA/UFPB, apresenta hoje (5), Recital de Conclusão de Curso.

A apresentação acontece às 18h30, na Sala de Concertos Radegundis Feitosa, bloco E do CCTA.

Para mim, é uma conquista muito importante essa graduação. A professora Iris e os amigos que eu fiz no caminho foram de suma importância, além do apoio da minha família, mas ainda assim não é fácil. A pandemia foi algo que me atrapalhou muito durante esse percurso e por um momento me impediu de ter aulas, mas em nenhum momento desistir foi uma opção. Então, fico muito grata por essa surpresa, por ser uma mulher a conquistar isso e também por ter tido uma professora mulher que me inspira e me faz acreditar que também posso ocupar lugares como os que ela ocupa brilhantemente”, destacou Amanda.

Natural de João Pessoa (PB), Amanda iniciou o curso de graduação em Música em 2019, mas sua jornada na área musical começou no projeto de bandas marciais do Estado da Paraíba, tocando instrumentos de percussão. Com o tempo, aprendeu a tocar trombone até encontrar sua verdadeira paixão no eufônio.

Demonstrando um profundo interesse em aprimorar suas habilidades musicais, Amanda foi incentivada a ingressar no curso de Extensão em Música do CCTA/UFPB. Essa experiência abriu portas para que ela se apresentasse em renomados grupos, como a Banda Sinfônica José Siqueira, a Orquestra Filarmônica Jovem da UFPB, o EuTuPB, o Grupo de Metais Nordeste, a Banda Sinfônica da EEMAN, o Paraibrass e a Pequena Orquestra Popular.

Em 2020, participou do Primeiro Encontro Pedagógico de Bandas do IFPB, onde teve a oportunidade de ministrar sua primeira masterclass sobre eufônio.

Iris Vieira, professora de tuba e eufônio do DEMUS, desde 2015, conta que quando eu chegou na UFPB não existia a habilitação em eufônio. Então, ela fez um levantamento sobre quantas bandas existiam em João Pessoa e na Paraíba, que trabalhavam tanto o eufônio quanto a tuba, e, segunda ela, eram mais de 100 bandas. “Aí eu pensei, como assim? A Paraíba inteira tem várias bandas e nós temos um instrumento que não é contemplado na Universidade”, lembra a professora.

Ainda de acordo com Iris, quando os estudantes que vinham dessas bandas queriam fazer o curso superior em Música, eles tinham que se especializar em trombone de varas para poder fazer o curso superior. “Aí foi quando eu tive a ideia de oferecer o curso de Extensão em eufônio para ver se esses alunos viriam para a Universidade. E, pautada nisso, na aceitação, na procura para estudar na Extensão, eu fiz um projeto solicitando que houvesse exatamente a habilitação em eufônio”, disse a professora.

A habilitação em eufônio começou a ser ofertado no curso de Música do CCTA/UFPB em 2018.

Iris ressalta que a Amanda veio exatamente dessa iniciativa do projeto de Extensão em eufônio: “Amanda é uma menina muito guerreira, determinada, apaixonada pelo eufônio. Tendo em vista que são poucas mulheres que se disponibilizam a estudar esse instrumento de metal, que às vezes são mais característicos de homens tocarem. E assim, eu fico muito feliz por eu ser professora. Eu vejo que elas se sentem representadas por ser instrumento de banda e de música que tem esse perfil ainda bem machista, que é para homens. E isso é quebrar barreiras. E a Amanda foi uma dessas meninas. Nós temos outras também. Ter uma mulher, primeira mulher, a se formar num curso superior, em eufônio é muito relevante para nós. Ela está fazendo história. Eu estou muito feliz com essa oportunidade de ter acompanhado a Amanda nesse percurso, nessa trajetória de vida. Porque a gente transcende a ser só uma professora de música. Espero continuar esse projeto e que muitas meninas possam vir”.

Importante ressaltar que a UFPB é uma das poucas universidades no Brasil a oferecer a graduação com especialização em eufônio.

Redação: Débora Freire (jornalista no CCTA)